Tabaco

Fumicultores protestam contra rigor na classificação do produto

21 de março de 2011

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A assembleia de protesto dos fumicultores, que reuniu 5.500 produtores na manhã de hoje, 21, em Santa Cruz do Sul, teve eata pelas ruas da cidade, entrega de pauta reivindicatória às indústrias, encontro com a diretoria do Sindicato da Indústria do Fumo (SindiTabaco) e queima de manocas de fumo em plena área urbana.
O principal motivo de descontentamento está relacionado com os critérios de classificação do produto no momento da venda às indústrias. De acordo com o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, a média de preço, identificada pela classe TO2 na variedade Virginia, recebida pelo fumicultor está bem abaixo da tabela, protocolada em R$ 6,25 por quilo. “Em fevereiro, registramos R$ 5,03. Na primeira semana de março, o preço médio ficou em R$ 5,01. E no final da semana ada, a média caiu para R$ 4,98”, ressalta. Para o dirigente, as perdas aniquilam a lucratividade do produtor e vão gerar reflexos negativos para toda a economia. Como exemplo, Werner citou Vale do Sol. O município tem uma estimativa de produção de 13.940 toneladas. Pelo preço de tabela, a receita bruta dos produtores deve se situar em torno de R$ 90 milhões. “Persistindo os atuais critérios de compra, a perda financeira vai ser de R$ 14 milhões. Perde o produtor, perde os setores do comércio e de serviços e a própria prefeitura, que vai arrecadar menos”, revela. “Com isso, perde o setor de saúde, da educação, da infraestrutura, entre outros”, complementa.
Para o presidente da Fetag, Elton Weber, o momento exige união entre as entidades, lideranças, órgãos públicos e autoridades. “A atual situação requer união de forças para pressionar as empresas fumageiras a rever os atuais critérios e garantir a compra de toda a produção contratada”, diz. O dirigente complementou dizendo que o produtor necessita de uma defesa forte, que dignifique seu trabalho e para que se mantenha no campo, junto com sua família.
A mobilização dos fumicultores, promovida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul) e Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), teve como ponto de concentração o Ginásio Poliesportivo de Santa Cruz do Sul, situado no Parque da Oktoberfest. No local, houve manifestações de dirigentes de entidades e autoridades locais e regionais e montada uma pauta de reivindicações, que foi levada às indústrias instantes depois.
Compra de toda a produção; classificação e pagamento do tabaco respeitando padrões médios da última safra; cumprimento das cláusulas constantes no protocolo firmado para a safra 2011; que toda e qualquer mudança na política de comercialização deverá ser discutida previamente com a representação dos produtores; início da discussão sobre a próxima safra até o dia 15 de abril de 2011; e pedido de audiência com os diretores presidentes das indústrias fumageiras para discutir a cadeia da fumicultura integram o elenco reivindicatório. O documento foi entregue logo depois às empresas Souza Cruz, Alliance One, Universal Leaf Tabacos, Philip Morris e JTI. As entidades também comunicaram que estarão acompanhando e monitorando a comercialização a partir de agora. O protesto culminou com uma eata pelas ruas da cidade, concentração em frente à sede do SindiTabaco e queima de manocas de fumo.

Foto: Luciana Jost/Afubra

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